sábado, 27 de julho de 2024

 Um nó cego no bordado

da manhã. E a ternura

interrompida pelo desfazer

dos dias até esse olhar

depois de tudo,

onde aguardava,

cauda de fora, a morte:


passar sob a pele

(uma dor mais antiga)

a linha que já

não nos prende,

cortá-la com o último beijo,

rematar um coração

cada vez mais do avesso.


[Inês Dias]

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