sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sinto o abraço do tempo apertar
E redesenhar minhas escolhas
Logo eu que queria mudar tudo
Me vejo cumprindo ciclos, gostar mais de hoje
E gostar disso
Me vejo com seus olhos, tempo
Espero pelas novas folhas
Imagino jeitos novos para as mesmas coisas
Logo eu que queria ficar
Pra ver encorparem os caules
Lá vou eu, eu queria ficar
Pra me ver mais tarde,
Sabendo o que sabem os velhos
Pra ver o tempo e seu lento ácido dissolver o que é concreto
E vejo o tempo em seu claroescuro
Vejo o tempo em seu movimento
Me marcar a pele fundo, me impelindo, me fazendo
Logo eu que fazia girar o mundo,
Logo eu, quem diria, esperar pelos frutos
Conheço o tempo em seus disfarces, em seus círculos de horas
Se arrastando feito meses se o meu amor demora
E vejo bem tudo recomeçar todas as vezes
E vejo o tempo apodrecer e brotar
E seguir sendo sempre ele
e o tempo todo começar de novo
E ser e ter tudo pela frente.


[Abril - Adriana Calcanhotto]

terça-feira, 1 de abril de 2008

"..Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir?.."

1° de Abril.

Hoje deu vontade de pegar o telefone logo cedo e depois do "alô", dizer: -Parabéns pelo seu dia!

Teria sido engraçado (pelo menos pra mim).

Mas o dia hoje tá tão bonito que se nega a dar a deixa pro meu sadismo.


A partir de amanhã os dias voltam a ser dias da verdade. É sempre bom lembrar..