sexta-feira, 9 de abril de 2010


"Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou (...). Eu abandono histórias, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia (...). Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar".

[Caio Fernando Abreu]

Um comentário :

-rayane- disse...

“Eu venho de doenças que deixaram meu corpo mais fraco e forte ao mesmo tempo. Sim, essas coisas de amar o impossível e querer tentar sempre. Fraco pois antecipo pessoas e coisas que não dão certo, me preocupo pelo menos 2 séculos antes com o futuro… e forte por que sei que vou arriscar, sei que vou sofrer, eu sei… e sei que vou continuar enfrentando de rosto limpo, e sobrevivendo… sempre percebi que morre quem não se lança nesse penhasco… tem mesmo que se jogar? sei que tem… ou você morre na espera solitária, ou na companhia intensa das suas lembranças, durante a queda de 9 segundos até chão.” Cristian Stassun