CONVENTO DOS CAETANOS, 2018
Às vezes
acontece o passado
entrar em obras,
ter de se mudar.
Corre-se a luz,
cobre-se o som;
e saem primeiro todas as caixas
(onde nunca cabe
a poeira que aconchega
o nosso mundo),
como um carrilhão amordaçado
a atravessar a cidade.
Ficam apenas as paredes,
frágil caixa de ressonância
da memória.
[Inês Dias]
Cerveja & Neve, Averno, Lisboa, 2020.
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