quarta-feira, 5 de maio de 2010

Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais – por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou “quase” certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu “quase” tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!



[Caio F. Abreu]

2 comentários :

-rayane- disse...

Até hj eu fico intrigada com esse texto do Caio, pq uma parte de mim, mais racional, diz para eu terminar ali, não vale mais sabe?! E a outra parte de mim, a lóri ray, diz para eu viver até a última gota de qualquer coisa, ainda mais quando se trata de sentimentos tão urgentes como o amor, seja ele carnal, seja ele o mais sentimental, mas MESMO eu prefiro me atirar... me atirando eu sou mais eu.
Então te respondo com outro texto:
“Eu venho de doenças que deixaram meu corpo mais fraco e forte ao mesmo tempo. Sim, essas coisas de amar o impossível e querer tentar sempre. Fraco pois antecipo pessoas e coisas que não dão certo, me preocupo pelo menos 2 séculos antes com o futuro… e forte por que sei que vou arriscar, sei que vou sofrer, eu sei… e sei que vou continuar enfrentando de rosto limpo, e sobrevivendo… sempre percebi que morre quem não se lança nesse penhasco… tem mesmo que se jogar? sei que tem… ou você morre na espera solitária, ou na companhia intensa das suas lembranças, durante a queda de 9 segundos até chão.” Cristian Stassun

-rayane- disse...

ahh te amo, e adoro te ver.

:*